Olá, somos Leon e Clarice. Ou Clarice e Leon. Tanto faz.
Não tínhamos muitas expectativas quando começamos esse pequeno diário para relatar nossa experiência enquanto presos no Equador depois que uma doença (cópia mal feita da H1N1 maldita) atrapalhar nossa viagem tão bem planejada e tão cara. Não imaginávamos que vocês se interessariam tanto pela narrativa sofrida dos nossos problemas, mas gostaríamos de agradecer todas as mensagens motivacionais e conselhos que vocês nos mandaram (menos os de vocês, crianças de 18 anos).
Sairemos em alguns minutos, de volta para casa, então decidimos publicar um último post de despedida. Esse blog foi bom enquanto durou — na verdade, temos muitas considerações a respeito do tempo em que permanecemos aqui. Estar tão longe de casa e tão próximo de uma situação como a que está acontecendo aqui no Equador abriu nossa mente para várias questões importantes, questões que antes nós talvez não tenhamos dado devida atenção. A desigualdade social e o descaso de autoridades perante o próprio povo. O lucro sendo mais valorizado do que vidas... quando imaginamos que chegaríamos a essa situação? A experiência, apesar de desesperadora em certos pontos, nos fez amadurecer em diversos aspectos. Mesmo voltando para o Brasil, estaremos sempre olhando pelo Equador e seus habitantes (que nos acolheram tão bem) e esperando sempre o melhor para o futuro.
Quanto a nós, bem... estamos bem. Na verdade, estamos realmente bem. Outro ponto que não seria possível se não tivéssemos parado para analisar nossa situação como casal (eu, Clarice, muito mais, pois aparentemente eu sou casada com uma tartaruga). E sim, eu sei que vocês estão esperando que eu dê a grande notícia. Pois lá vai... a mamãe aqui não vai ser mamãe tão cedo. Tcharam! Cuidado com falsos negativos, meninas, eles te enganam e te deixam maluca. Apesar disso, são extremamente raros, mas Clarice é sinônimo de azarada, certo?
No entanto, a simples ideia de termos um bebê (e eu, Leon, gostaria de deixar claro que meu desmaio perante a notícia foi causada por uma simples queda de pressão obviamente não ocasionada pela falsa notícia) nos fez imaginar um cenário em que tivéssemos realmente um bebê a caminho. A imagem nos fez muito feliz. Por isso, nós decidimos recomeçar. Olhar onde erramos e discutir abertamente nossos problemas (e o nosso espanhol horroroso que ainda insistimos que é bom) — pois Leon não vive sem Clarice e Clarice não vive sem Leon. E isso soou muito melodramático. Aguentem.
Continuem nos seguindo no Instagram, publicaremos lá quando chegarmos em casa seguros (e se não publicarmos é porque fomos sequestrados no caminho). Y ahi vamos, Brasil!
Última foto antes de partir. Obrigado por tudo, Equador.
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