𝐩𝐨𝐫 𝐂𝐥𝐚𝐫𝐢𝐜𝐞 𝐝𝐞 𝐋𝐢𝐬𝐬.
Ando pensando muito em minha família, agora que minha vida está parada eu ando refletindo, e além disso sentindo muita falta de todos. Obviamente isso se acontece por conta da pressão que tenho sofrido pela minha mãe no telefone, me magoa a forma que ela fala comigo, mas é o jeito dela se importar, e tenho que admitir, ela está certa.
Cresci cercada com uma grande família, em uma cidade pequena no interior de São Paulo, minhas tias eram minhas vizinhas e eu sempre morei com meus pais e minha avó no quintal do fundo, típico. Tenho um irmão mais velho, sou a filha mais nova e sempre fui protegida, por todos, para terem uma ideia, meu primeiro namorado teve que se apresentar para meu pai, meu irmão e mais dois tios. Motivo o suficiente pro babaca sair correndo na primeira oportunidade, surpresa Francisco, ninguém gostou de você também.
Já Leon, abraçou isso, abraçou minha família e esse foi um dos motivos pelo qual eu me apaixonei por ele. Eu percebo hoje que nunca dei o valor devido, eles sempre fizeram de tudo por mim mas eu decidi sair daquela cidade pequena na primeira oportunidade, aos 17 anos.
Depois que eu vi que passei na minha universidade dos sonhos com 100% de bolsa, na capital de SP, saí correndo de casa, estudei muito pela oportunidade e não perderia por nada. Me formei em Publicidade e Propaganda, consegui um emprego bacana, juntei meu dinheiro, nunca fui tão realizada.
Aos 26 anos, quando minha tia faleceu eu decidi voltar, para segurar a barra que estava sendo para todos, sempre acho que posso segurar a barra para os outros mas isso não é verdade, aprendendo da pior forma.
Conheci Leon logo depois, mais uma desculpa para sair fugindo daquela cidade. Eu sinto falta de todos, e queria voltar atrás, ser mais grata, eu não me perdoaria se eu perdesse alguém que amo para esse vírus sem antes dizer o quanto eu os amo.
Sempre lutei para ser a melhor, melhor aluna, melhor profissional, melhor esposa, até ter o melhor feed do Instagram. Mas falhei como filha, irmã, neta, sobrinha e afilhada. Chegou a hora desse desabafo acabar, o nó na garganta já se formou...
É difícil perceber seus próprios erros, difícil admitir que eu sou uma ingrata e que minha família está mais que certa em reclamar que não sou presente. O que eu posso fazer? Acordar todos os dias e tentar ser uma pessoa melhor.
Obrigada se você leu aqui, felizmente hoje tem episódio novo do meu podcast preferido, “O Mundo É Nosso”, finalmente algo para me distrair. Se cuidem, e fiquem em casa.
Lembranças da primeira vez em que visitei um museu.
Foto por mamãe.
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